Petróleo
Combustível de navio encalhado volta a vazar nas Ilhas Maurício
15 de agosto de 2020Vazamento de óleo preocupa por possíveis danos à biodiversidade do arquipélago.
Óleo que vazou de navio nas Ilhas Maurício, em foto de 12 de agosto — Foto: Beekash Roopun/L'Express Maurice/AFP
O combustível do navio encalhado nas Ilhas Maurício voltou a vazar nesta sexta-feira (14), disseram autoridades locais, dois dias depois de anunciarem que conseguiram esvaziar os tanques.
"Segundo especialistas, esse tipo de vazamento é previsível e se deve à deformação do navio", disse o comitê de crise da ilha em nota, que já havia confirmado o vazamento de cerca de 100 toneladas de combustível.
"Desde esta manhã, a água ficou preta novamente em torno do Washio", disse Alain François, um pescador local, à AFP.
O MV Wakashio, propriedade de uma empresa japonesa, encalhou no dia 25 de julho em um recife em Pointe d'Esny, a sudeste de Maurício, com 3,8 mil toneladas de combustível e 200 toneladas de diesel a bordo.
O combustível começou a vazar por rachaduras nos flancos danificados na semana passada e entre 800 e 1 mil toneladas foram despejadas no oceano, em uma área considerada uma joia ecológica por suas águas turquesa e pântanos protegidos.
Corrida contra o tempo
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Imagem de satélite desta quarta (12) mostra extensão dos danos ao mar perto de Pointe d'Esny, nas Ilhas Maurício, após derramamento de óleo — Foto: HANDOUT / SATELLITE IMAGE ©2020 MAXAR TECHNOLOGIES / AFP
As equipes de intervenção extraíram o combustível contido no navio encalhado numa corrida contra o tempo e na quarta-feira à noite as autoridades da ilha anunciaram que conseguiram extrair todo o material dos tanques.
Mas faltaram cerca de 100 toneladas, principalmente na adega, e foi esse combustível que começou a vazar nesta sexta-feira.
"As autoridades explicaram que as ondas que entram no navio fazem subir o combustível do porão", disse Alain François.
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Imagem registrada pelo Exército Francês na terça-feira (11) mostra o vazamento de óleo do navio MV Wakashio nas Ilhas Maurício — Foto: Gwendoline Defente, EMAE via AP
O derramamento desencadeou uma impressionante onda de solidariedade entre os 1,3 milhão de habitantes deste arquipélago paradisíaco do Oceano Índico.
Milhares de pessoas estiveram no local por vários dias para retirar o combustível e tentar conter sua propagação.